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A Importância do Treino de Força na Perda de Peso em Mulheres com Mais de 40 Anos

Foto do escritor: Marlene Santos NunesMarlene Santos Nunes

A perda de peso é um objetivo comum entre mulheres com mais de 40 anos, especialmente devido aos desafios específicos associados às mudanças hormonais e metabólicas que ocorrem nesta faixa etária. Durante este período, a menopausa traz uma série de adaptações fisiológicas que afetam o equilíbrio hormonal, como a queda dos níveis de estrogénio, o que contribui para o aumento de gordura abdominal, uma diminuição gradual da massa muscular e a desaceleração do metabolismo basal. Esses fatores podem dificultar a perda de peso e aumentar o risco de ganho de massa gorda. Embora os programas de perda de peso tradicionalmente enfatizem o exercício aeróbico, estudos recentes demonstram que o treino de força pode ser uma estratégia fundamental, oferecendo benefícios significativos não só para a perda de peso, mas também para a saúde física e mental.


Estudos científicos realizados por Hunter, McCarthy e Bamman (2016) e Westcott (2012) mostram que o treino de força ajuda a manter e aumentar a massa muscular, o que é essencial para este grupo etário. Com o avanço da idade, é comum a perda de massa muscular, um processo conhecido como sarcopenia, que contribui para a diminuição do metabolismo basal. Esta redução no metabolismo torna mais difícil perder peso e favorece o acúmulo de gordura. No entanto, a prática de treino de força pode ajudar a reverter este processo, promovendo o aumento da massa muscular e, consequentemente, do metabolismo basal, facilitando a perda de peso a longo prazo.


Outro benefício importante do treino de força é a sua capacidade de melhorar a composição corporal, promovendo a redução da massa gorda e o aumento da massa magra. A literatura científica, como o estudo de Strasser, Arvandi e Siebert (2012), evidencia que a melhoria na composição corporal não só facilita a gestão do peso, como também contribui para a saúde metabólica, ajudando a reduzir o risco de doenças crónicas, incluindo diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Além disso, o treino de força tem efeitos hormonais positivos, ajudando a regular os níveis de cortisol e a melhorar a sensibilidade à insulina, fatores que se tornam especialmente relevantes para mulheres na pós-menopausa, como descrito por Ivy (1997).


Os benefícios do treino de força não se limitam ao corpo; ele também promove melhorias na saúde mental. Estudos realizados por O'Connor, Herring e Carvalho (2010) indicam que o treino de força pode reduzir sintomas de ansiedade e depressão, aumentar a auto-estima e proporcionar uma sensação geral de bem-estar. Estes benefícios psicológicos são essenciais para mulheres com mais de 40 anos, que muitas vezes enfrentam desafios emocionais associados ao envelhecimento e às mudanças hormonais. Em suma, a evidência científica apoia fortemente a inclusão do treino de força nos programas de perda de peso para mulheres acima dos 40 anos. A combinação deste tipo de treino com exercícios aeróbios oferece uma abordagem equilibrada que maximiza a perda de massa gorda e preserva a massa muscular. Além disso, o treino de força proporciona benefícios adicionais que vão além da perda de peso, incluindo a melhoria da saúde geral e da qualidade de vida, tornando-se assim uma estratégia eficaz e abrangente para mulheres nesta faixa etária.


Referências:


1. Hunter, G. R., McCarthy, J. P., & Bamman, M. M. (2016). Effects of Resistance Training on Older Adults. *Sports Medicine*, 44(2), 177-185.

2. Westcott, W. L. (2012). Resistance Training is Medicine: Effects of Strength Training on Health. *Current Sports Medicine Reports*, 11(4), 209-216.

3. Strasser, B., Arvandi, M., & Siebert, U. (2012). Resistance Training, Visceral Obesity and Inflammatory Response: A Review of the Evidence. *Obesity Reviews*, 13(7), 578-591.

4. Villareal, D. T., Apovian, C. M., Kushner, R. F., & Klein, S. (2017). Obesity in Older Adults: Technical Review and Position Statement of the American Society for Nutrition and NAASO, The Obesity Society. *Obesity Research*, 13(11), 1849-1863.

5. Ivy, J. L. (1997). Role of Exercise Training in the Prevention and Treatment of Insulin Resistance and Non-Insulin-Dependent Diabetes Mellitus. *Sports Medicine*, 24(5), 321-336.

6. O'Connor, P. J., Herring, M. P., & Caravalho, A. (2010). Mental Health Benefits of Strength Training in Adults. *American Journal of Lifestyle Medicine*, 4(5), 377-396.



 
 
 

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